Tem a época em que a gente enxerga a morte feito adolescente, e tem a que a gente amadurece e a enxerga como uma forma de vida.
A maneira adolescente de enxergar a morte seria o estopim de tudo, querer morrer, desistir, não suportar a vida e os sentimentos a ponto de querer acabar com tudo. Existe a parte imaginativa que prega um futuro póstumo e a palavra-chave seria destruição.
E a maneira madura (ou exausta) é morrer em vida e nunca se matar. Se está tão morto que nem se sente o estopim. Não existe força vital suficiente pra sentir a morte e a palavra chave é indiferença. O oposto de amor não é raiva, lembra?
Sentir o insuportável é sinal de que se ainda está vivo.
"(...) mas isso é de momento, ao menos pra mim.
- Sim, cada momento é uma existência separada."
Nada mais é conectado. Apenas um emaranhado cuja ilusão de tempo nos faz enxergar linhas onde existem nós que nunca irão se fechar.